quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

BRASIL BABEL E SUAS 40 E TANTAS LÍNGUAS

Não é preciso ouvir um dialeto de outro mundo pra não se entender uma palavra. Eu, que sofro de quase surdez crônica, escuto quase tão bem em alemão quanto em português, ou seja, quase nada. Além daquilo que mora na fisiologia, podemos nos desentender por conta de incompatibilidades políticas, culturais, classistas, sexuais, o escambau. tentou conversar sobre o Fome Zero com seu vizinho tucano (ou vice-versa)? Ou sobre estética com aquela do Ivan Lins, se a sua onda é Beatles, como qualquer pessoa normal? Pra piorar, nem são bem os desencontros políticos, culturais ou de classe que impedem a interlocução bem-azeitada: é nossa disposição de não-conversar que sai rompendo, logo de cara, qualquer chance de entendimento. É dentro da própria linguagem que decidimos que não vamos escutar o que o outro diz, não por culpa de sistemas simbólicos previamente incompatíveis.

Não adianta tirar o cujo da reta e responsabilizar uma dificuldade “de língua” (ou de política, ou de cultura, ou de classe): essa bola sempre esteve mesmo com a gente. O diabo é a tal da nossa racionalidade arroz-à-grega, cristiana e western. Uma dessas invenções de nossa sapiência ocidental é o caráterarbitrário” do signo lingüístico, ou seja, não há uma razão cósmica para dizermos isso em vez daquilo. Digo “vaca”, olhando para uma bovina e fêmea criatura, mas faço-o por mera convenção social, tanto que nos EUA dizem eles “cow”, apontando para a mesma senhora. O problema dessa lógica impecável é que faz diferença, sim, escolhermos dizer aquilo que dizemos e do jeito que dizemos. Foi o que George Orwell mostrou em 1984. A novilíngua orwelliana, bem mais realista que aquela pintada pelo establishment científico, é política. Ela diz, desdiz e re-diz, desfazendo ou re-fazendo o mundo que vivemos nessa mesma língua. Dito isso, nãonada mais velhaco da parte de um governo que proibir um vivente de usar a própria língua dentro da própria comunidade. E, por incrível que pareça, essa não é uma excentricidade sadô-fascista, mas a norma em sociedades re-ditas democráticas.


Pegue, por exemplo (escolhi o país ao acaso), o Brasil. Segundo a Constituição Federal, a língua e única língua oficial do Brasil é o português (/pohtu`ges/, para os fonéticos), significando que em repartições públicas, escolas públicas e banheiros públicos essa é a língua que você se arrisca a encontrar e um estrangeiro faria bem em aprender, pra não entrar num ladies achando que era um gentlemen. Oficialmente - é preciso frisar: oficialmente - o Brasil é um país monolingüe, e fim de papo. Fim de papo principalmente para os milhares de brasileiros que não falam o tal do português, e assim são privados de acesso às engrenagens da máquina pública, em suas mais sutis manifestações. Não estou com frescura de “preservação cultural”, falo de situações palpáveis e assustadoras. É no dia-a-dia que as pessoas vivem suas línguas, conhecendo, namorando, brigando, trabalhando, comendo e até dormindo, mas os donos do mundo sabem acabar com a festa numa penada.

O Brasil viveu e ainda vive a prática de se enfiar o bocejante monolingüismo goela abaixo de nossa vox populi. A primeira foi a disseminação das línguas gerais, baseadas em duas ou três línguas Tupi-Guarani do litoral brasileiro. Anchieta não foi culpado (sozinho), mas foi, sem dúvida, seu mais conhecido divulgador, escrevendo a Arte de gramatica da língoa mais usada na costa do Brasil, em 1595 (esse processo de gramaticização das línguas européias e não-européias alimentou dois fenômenos interligados da história humana: o conhecimento como forma de dominação e a instituição das ciências da linguagem, por mais que os lingüistas insistam que sua ciência nada faz ou fez além de “descrever fatos” da língua).

No processo de “entradaspelo interior do país, foderam-se as índias e pariram-se falantes de língua geral, inclusive entre índios de falares totalmente distintos. Esses eram “tapuias”, bárbaros na novilíngua segregacionista brasílica: tupi or not-tupi. Minas Gerais foi desfraldada por faladores da língua geral paulista, e hoje sonhamos, pelos nomes de nossas geografias, que o tupi era a mui querida língua dos nativos daqui. Não era. Depois veio Marquês de Pombal e, mais cioso da língua da terrinha, deu o golpe final no palavrório selvagem: o alvo agora era o próprio tupi, atingindo, de quebra, os jesuítas e paulistas que o haviam disseminado. Há mais de 200 anos Pombal decretou que no Brasil fala-se, pois, o português, decreto que, como sabemos, sobrevive até hoje em nossa progressista Carta Magna.

Ao furacão pombalino sobreviveu uma língua geral, a amazônica. O nheengatu hoje é uma realidade para uns tantos povos amazonenses. Língua materna dos caboclos, língua de comunicação entre índios e cara-pálidas, entre índios de diferentes línguas, e peça de resistência dos índios que foram surrupiados de suas falas originais, como os Baré do Alto Rio Negro, que viviam uma língua aruak. Por sua vez, várias línguas indígenas, tupi or not, sobreviveram às línguas gerais. Há ainda no Brasil umas 180 línguas indígenas para uns 300 mil falantes, muitos deles vivendo a vida toda como estrangeiros em português, sem nunca terem deixado a própria terra.

O Paraguai abriga - oficialmente, ao lado do espanhol - sete milhões de pessoas que vivem suas vidas em guarani, a língua geral dali. Aqui a distribuição é mais desigual, desde as dezenas de milhares de falantes do guarani, do terena, e das línguas dos Yanomami, até o mínimo possível de um solitário falante. Entre um extremo e outro, o usual são línguas como o maxacali e seu milhar de usuários em Minas, povo quecentenas de anos insiste em conversar do seu próprio jeito, a despeito da surdez das leis em português. Esse é o quadro de um país de baixas concentrações de gente por língua, e ainda assim, campeão em diversidade lingüística, que é o resultado natural dos dentes institucionais cravados na jugular linguajeira de milhares de pessoas.

São Gabriel da Cachoeira é um dos maiores municípios do Brasil, mais de uma centena de quilômetros quadrados (maior que Santa Catarina) pra 35 mil alminhas, na fronteira com a Colômbia e a Venezuela. A esmagadora maioria dos são-gabrielenses ou têm o português como segunda língua ou nem entendem esse idioma. Ali você encontra, em compensação, falantes do nheengatu, do tukano e do baniwa. Apenas ontem, em novembro de 2006, esses falares foram reconhecidos como línguas oficiais de São Gabriel ao lado do português. Com a regulamentação, toda repartição pública é obrigada a atender nas quatro línguas, e campanhas publicitárias institucionais têm que ter a versão no quarteto (com a vantagem adicional de manter os marqueteiros, proficientes apenas em paulistano, longe desse mercado). A prefeitura tem de incentivar o uso dessas línguas nas escolas, nos meios de comunicação e nas instituições privadas, uma flecha envenenada bem no coração do padrão Bonner-Bernardes de comunicação.

Nem de nativo-americanos vivem as muitas línguas brasileiras. Andando por você vai topar com o lancpatuá (crioulo do Amapá, baseado no francês), o talian (de estirpe vêneta, falado nas serras gaúchas), o Riograndenser Hunsrückisch (que tem pérolas como “Mariechen, mach die janela zu, es chuvt!” - tente traduzir), e os falares afrobrasileiros batucados por dezenas de comunidades quilombolas espalhadas pelo Brasil, frutos de uma história ao mesmo tempo feia e bonita, a gente sabe qual. Menção honrosa pra gira da Tabatinga, falar de origem bantu, ainda praticada na cidade de Bom Despacho. Até o inglês deixou marcas, graças à exploração do minério mineiro. Em Nova Lima ainda é possível ouvir um português britanizado por termos como “shauva” (ou algo parecido), por”. E há o movimento oposto, de resistência ao anglicismo invasor: em Itabirito os trabalhadores das minas inventaram a “guinlagem camaco”, que troca as consoantes iniciais da primeira com as da segunda sílaba (por , tente traduzir o nome da língua).

Not least, o Brasil vive uma enormidade de dialetos do português, e nem assim são reconhecidos, pois amargam uma história de marginalização pela classe senhorial como língua corrompida, desleixada e por vai. ouviu falar nos dialeto caipira? Eu, i pussivelmenti ocê, falamu uma varianti deis, mas isso é aceitado nos iscrito pós-moderno e nas revistinha do Chico Bento. No mais, é falar errado, que os doutos guardiões da inculta e bela recomendam com cautela poética aos que trilham as primeiras letras. Êita.

Os dialetos surdo-mudos - as línguas de sinais - são considerados, por muita gente sabida, uma prótese lingüística, um Audisom receitado para quem sofre de não-língua. Óbvio, não é o caso. Não-surdos devem ter experiências inimaginadas pelos surdos no exercer de suas línguas, e vice-versa, mas o fazer-junto da língua é plenamente realizado em qualquer modalidade. Ou seja, os surdo-mudos realizam-se como comunidade humana na linguagem de sinais, e impedir essas pessoas de exercer sua lingua oficialmente é pura sacanagem. A Libras, língua de sinais dominante no Brasil, deu curtos passos nos governos FHC-Lula. A lei de 2002 é tímida (e tem um final esquisito: a Librasnão poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa”. Haverá algum librasiano subversivo desenhando mãozinhas?) e o decreto sob Lula vai pouco além de mandar as repartiçõesgarantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva”. Se acha que é implicância minha, pergunte (se puder) a um falante da língua de sinais neo-zelandesa o que ele achou de seu país oficializar a NZSL, ao lado da indígena maori e da novata inglesa. A lei da Nova Zelândia, primeira no planeta, passou em abril de 2006, o que mostra em que ainda estamos.

Costumamos pensar quesurdo-mudo” é uma daquelas categorias necessárias, pois, afinal, está no domínio da fisiologia, e não da cultura. Ou bem se escuta ou bem senão. Bom, nem todo mundo pensa-fala assim. No Maranhão vivem os Urubu-Ka´apor, que falam, além do ka´apor (que é tupi-guarani), uma língua de sinais. Um em cada 75 desses índios nasce surdo, e surdo pelos nossos padrões, pois ali esse vivente é considerado monolíngüe, em oposição ao restante da tribo. Esses são bilingües, e todos, crianças e tudo o mais, sinalizam com os mono-falantes (chamemos assim) e inclusive com índios de tribos vizinhas não-falantes de ka´apor, usando a sinalização como um tipo de língua geral.

Termino este babélico artigo com os Urubu-Ka´apor pois acho que há uma pequena mas apetitosa lição. Os surdos desse povo não são surdos em absoluto, e por um largo motivo: eles têm a sua língua plenamente reconhecida, e até amplamente conhecida, pelo restante da comunidade. É isso que distingue o ouvir em ka´apor do não-ouvir em português, pois toda diferença tem que fazer uma diferença na prática. Devíamos pensar-falar nisso toda vez que nos perguntamos que diferença faz usar uma língua ou outra, dizer isso em vez daquilo, dizer desse ou daquele modo, na vida das pessoas. Na prática.

Publicado em O Cometa Itabirano, fevereiro de 2007

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

É de graça, é na praça, e é livre


Dia 12 de setembro, domingo, na Praça da Liberdade em Belo Horizonte, acontece o 8º ano do Livro de Graça na Praça - LGP 2010, com distribuição gratuita do livro Contos de Tradições, com 18 autores, de livros infantis pela Aletria, e de cordéis.

O LGP 2010 faz parte do calendário de eventos de Belo Horizonte e conta com a participação do Clube do Livro, IBC, SENAC, SESC, Corpo de Bombeiros, PMMG, Mazza Editora, Copasa e Belotur.

 

Domingo de sol (espero!) e livro de graça pra criançada e pra marmanjada.

Acesse o blog do LGP aqui

terça-feira, 1 de junho de 2010

A importância de ser Ernestos

Fiquei na Ilha sete dias. Não, oito. Quando embarcava de volta, a companhia panamenha ejetou-me da nave e lotou-me no vôo do dia seguinte, oferecendo abrigo num hotel très chic. Hospedeiros e mordomos trataram-me duro como o duro que sou, um zé nada vivendo seu dia ilegítimo de fausto. À honra ferida juntou-se o pasmo de testemunhar os cubanos - ó heróis de minha infância! - lustrando botas cara-pálidas. Meu mundo acabou de desmoronar quando dei de cara, no hotel, com um grupo de turistas belo-horizontinos. Os patrícios tinham ido ali variar de Guarapari, aproveitar os maravilhosos spots da Ilha para aventuras marítimas. Pra tornar a coincidência mais inverossímil, eu conhecia um deles, do bairro Anchieta, que veio com essa pra cima de mim: “O que achou da Ilha (riso sádico)? Será que eles güentam segurar por mais tempo (riso sádico de novo)? Pra mim, não dura mais um ano (riso sádico e libidinoso)! Eu ia responder o quê? O cara parecia comentar um filme pornô!

Mas é o que rola em Cuba, e não só nos pontos quentes de Havana, pois o turismo é a política econômica e oficial do governo. Em outra situação, bastaria repetir a ladainha de que “turismo sustentável” não é bem assim, que uns interesses são mais iguais do que outros, que siempre se perde la ternura ao abrir os atrativos à visitação. Mas na Ilha são outros 500 anos. Com ou sem revolução, Cuba tem um passado depravadíssimo na relação estabelecida com os seus visitantes, e essa cultura arraigada é difícil de desmontar, com ou sem revolução. A favor dos cubanos tem a economia planejada, mais fácil de aplicar uma política global que minimize os contra e enfatize os prós do turismo. E como melhorar a vida das pessoas é - pra mim, não só em tese - objetivo sincero do governo, podíamos esperar menos impacto negativo em Havana do que, digamos, em Itabira.

No congresso de antropologia a que fui (bela desculpa pra viagem), tinha uma sessão inteira dedicada à antropología del turismo. Muito acadêmico do governo estava lá, todos identificando perfeitamente bem os eternos problemas gerados pelo turismo no terceiro mundo. Mas passou em branco justamente o modo tipicamente cubano de receber, que nasceu e prosperou na relação de amor-e-ódio da Ilha com seu imperial vizinho, os EUA. Os cubanos, talvez pela proximidade, e nós estrangeiros, talvez por educação, nem tocamos no assunto em plenário. O caso é que, além de gringos, éramos também turistas, e portanto sentíamos essa relação na pele (como você pode ter capturado, éramos menos discretos sobre o assunto entre nosotros).

Desde seus líderes primordiais, desde Jefferson, a cúpula ianque faz propaganda interna de Cuba como um pedacinho seu. Não como terra a anexar, ou povo a civilizar, mas uma extensão natural da Branca Casa Grande. Jardim, horta ou lavabo dos EUA, dependendo de que aspecto queremos iluminar com a metáfora. Essa lengalenga legitima, pro cidadão-médio americano, o ganho estratégico na navegação e no açúcar (desde antes de Célia Cruz) da elite política e comercial. Em troca da desinformação, pra dizer o mínimo de tamanha safadeza, os americanos ganham um paraíso caribenho a apenas 140 milhas da costa. Pergunte a Michael Corleone: o turismo cubano é unha-e-carne da exploração humana, num grau que ultrapassa nossos piores pesadelos de colonizados e conforma igualmente os modos de ser de americanos e cubanos.

A Revolução também tem um papel aí. A mistura do impacto do Movimiento 26 de Julio nos cubanos, com a dificuldade econômica elevada à estratosfera pela política de sabotagem continuada dos EUA (que inclui, entre outras pornografias, o bloqueio), fez de Cuba um país dos anos 50, até hoje. Não digo isso com um pingo de crítica. Não acho nossos anos 2000 mais progressistas que qualquer outra época, a não ser no sentido corriqueiro que a internet, o massacre no Iraque e o grupo musical RBD sejam uma evolução do pombo-correio, da guerra do Vietnam e dos Beatles. O problema é que a cultura - em sua imposição histórica e estética - dos anos 50 são um pesado marco para os cubanos. Imagine nós: o que significa, para a atual vida dos brasileiros, os anos dourados e JK? Ditaduras, tropicalismo, diretas-jás e mensalões passaram como um rolo compressor histórico, re-conformando nossa vivência cultural e política.

Mas Cuba tem um pré e um pós, e essa linha divisória marca a pior época de sua relação com o turismo, a atitude servil de cubanos preparando drinques, cantando e prostituindo-se para visitantes endinheirados. Quando se investe pesado em turismo agora, como alternativa necessária de entrada de grana no país, o que os cubanos sabem fazer, do fundo de seus corações, é vender um paraíso tropical, em corpo e alma, para gente como o meu amigo belohorizontino, que ainda por cima aposta no fracasso de seus anfitriões.

Dois turistas americanos compreenderam publicamente essa situação, e lutaram febrilmente contra ela: Guevara e Hemingway. O Che compreendeu, com mais lucidez que Fidel, que a questão no país era menos a de construir o socialismo que romper a longa história de uma gente que não vive para si. Che foi à África dizer, a plenos pulmões, que os povos da América Latina e Caribe, nem semelhantes às culturas que lhes deram origem e nem iguais à civilização eurocêntrica, deveriam construir a si mesmos, não refletindo as relações econômicas mundiais - inventadas nos EUA, em bocejante extensão do projeto europeu -, mas a partir do mais cândido bom senso: a justiça. Darcy Ribeiro não errou feio ao dizer que esses povos novos são “mais isentos e livres, porque não fundam seus projetos nacionais de progresso na exploração de outros povos”.

Hemingway amou a vida e o convívio cubanos. Para esse escritor, dificilmente socialista no corrente do termo, um cubano é parte integrante da aventura humana, tão autêntico em seus sofrimentos e desejos quanto qualquer outro, e igualmente merecedor da nossa ternura. Isso é muito, demasiado, até, para um gringo morando em Cuba nos anos 50. O cubano e a Ilha - o humano e seu meio, o velho e la mar -, são em Hemingway entidades em permanente luta, mas ambos dignos em sua existência, ambos admiradores da dignidade do outro. Guevara e Hemingway são iluminados, visitam outros países e outras gentes sem arrancar um pedaço para si e ainda deixam divisas incomensuráveis. Li certa vez que a essência humana é egoísta, e portanto a fraternidade deve ser continuamente doutrinada. Duvido horrores disso. Se há algo natural no humano, aliás, em todo mamífero, é a violenta necessidade de estar perto do outro, de curtir a aprovação e a afeição do semelhante. Agora, para alargarmos generosamente o conceito de semelhante, basta um pouquinho de ernestidade.

Publicado no Cometa Itabirano, maio de 2007